Terça-Feira, 20 de Setembro de 2011, 8 horas e meia da manhã na esplanada da pastelaria Charlotte em Vila Nova de Famalicão: pessoas a passar na Praça D. Maria II, pessoas nas ruas do centro da cidade, consumidores potenciais, impregnados pelos sonhos da noite anterior, disponíveis para conversar, para partilhar os seus sonhos, os seus desejos.
E as lojas, o comércio tradicional? Está aberto, disponível para vender? Para aproveitar a partilha daqueles sonhos? Não. É um facto. Não!
Excepto os cafés e pastelarias várias, todas as lojas de venda a retalho do centro da cidade estão fechadas. Porquê? Que pergunta incómoda. Porquê? Talvez porque se pense que não se vende fora de horas – antes das 10 horas da manhã e depois das 7 horas e meia da tarde. Talvez… mas será mesmo assim?
E se de repente o comércio tradicional estivesse aberto fora de horas, tal como estão abertas as médias e grandes superfícies comerciais? O que é que aconteceria? Bem, provavelmente haveria comércio fora de horas. Comércio tradicional e não apenas o tal “maldito” comércio daquelas superfícies.
É que os mais prováveis consumidores – os trabalhadores empregados – entre as 10 horas da manhã e as 7 horas e meia da tarde estão a trabalhar; não se podem deslocar às lojas para comprar. “Já agora, vale a pena pensar nisto.”
Miguel Matos
CEO APAMM
